domingo, 23 de outubro de 2011

A Química e a Arte

Texto recebido de Regina Gouveia:

Sob proposta da IUPAC (International Union of Pure and Applied Chemistry), 2011 é o ano dedicado à Química.

Entre os muitos químicos notáveis ao longo dos tempos, houve alguns que se
notabilizaram noutros campos, nomeadamente na música e na literatura. São exemplos relevantes Aleksandr Borodin e Primo Levi.

Aleksandr Borodin (1833-1887) nasceu em São Petersburgo. Desde cedo demonstrou um invulgar talento musical. Foi um compositor brilhante. Talvez a sua obra mais conhecida seja o Príncipe Igor de que deixo um excerto, as Danças Guerreiras.

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Apesar da sua paixão pela música, aos 17 anos ingressou na Academia Médico-Cirúrgica de São Petersburgo e em 1856 concluiu brilhantemente o curso. Mesmo antes da formatura já havia sido indicado para professor da Academia. A sua paixão pela química levou-o a escolher essa área para a sua tese de doutoramento. Durante a sua carreira viveu algum tempo em Heidelberg, onde vários químicos russos ao tempo trabalhavam e é aí que Borodin inicia a sua amizade com Mendeleev, um dos maiores génios da Química, criador da primeira versão do SISTEMA PERIÓDICO dos elementos químicos em que, para além da colocação ordenada dos elementos conhecidos, colocou outros que ainda não tinham sido descobertos e cujas propriedades previu, previsão essa mais tarde confirmada. O Sistema Periódico dos elementos, deu origem à actual Tabela Periódica, ferramenta essencial para qualquer químico.

O SISTEMA PERIÓDICO é também o título de um livro da autoria de Primo Levi

Primo Levi nasceu em Turim, em 1919. Os seus antepassados eram judeus originários da Provença e de Espanha. No liceu Primo foi um aluno tímido e trabalhador, muito interessado pela Química e pela Biologia. Em Julho de 1941, obteve o Doutoramento em Química. Participou na Resistência acabando por ser internado em Auschwitz. Em Março de 1975 é publicada a sua obra O Sistema Periódico. Este livro é uma colecção de pequenas histórias, a maioria episódios de sua vida mas também dois contos ficcionais que ele escreveu antes de ser enviado para Auschwitz, todos relacionados, de algum modo, aos elementos químicos. O vídeo seguinte faz referência a esta obra de Primo Levi.

Regina Gouveia

2 comentários:

Anónimo disse...

a propósito da ciência e da arte, António Damásio, numa entrevista publicada este mês no Jornal de Letras, diz: "... há qualquer coisa de muito semelhante na criatividade científica e artística. E não é coincidência que um grande número de pessoas que são criadoras no campo da ciência também o sejam no artístico. A razão porque há menos artistas que se tornam criadores científicos é apenas porque não têm técnica. E hoje em dia, as técnicas científicas são extremamente complexas."
HR

Cláudia da Silva Tomazi disse...

Citaria de tradição russa o circo a exemplo do Vostok.

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